Desenvolvimento de Tecnologias

Desenvolvimento de ventiladores pulmonares portáteis de baixo custo e uma Jiga de testes funcionais e calibração automatizada

Processo: 2020/04921-7
Acordo de cooperação: PAPPE/PIPE Subvenção
Pesquisador responsável: William Robert Heinrich
Instituição sede:
 Setup Automação e Controle de Processos

Resumo: Em 20/03/20, a Organização Mundial da Saúde classificou a doença COVID-19 como pandemia. Sem medicamentos e vacinas aprovados no combate da doença, as ações cabíveis são extremamente restritas: Isolamento social e investimento em ventiladores pulmonares mecânicos e EPIs. (Ranney, M. L. et.al. 2020) Em 20/01/20 foi confirmado o primeiro caso de COVID-19 nos Estados Unidos e em menos de 2 meses a maior potência econômica do planeta anunciava que não teria equipamentos suficientes para atender pacientes em estado crítico. De acordo com o The New York Times , a estimativa para o número de pacientes que precisarão de ventiladores pode chegar a um milhão, onde, a disponibilidade de equipamentos está entre 60 e 160.000 unidades. Em 26/02/20, o Brasil teve a confirmação do primeiro caso da doença e a estimativa de incidência e necessidade de hospitalização de infectados é alarmante. Nosso país possui pouco mais de 10 fabricantes de respiradores, que juntos, podem produzir mensalmente cerca de 1500 aparelhos. O Brasil possui 65 mil ventiladores, (VEJA de 27/03/2020) e caso as medidas de isolamento não achatem a curva de transmissão da doença, a demanda pode atingir 630 mil unidades no pior cenário e 196 mil no melhor (projeção baseada na curva americana). No país cada aparelho é vendido, em média, por R$ 54.000,00. Inúmeras ações e iniciativas de caráter global surgiram para apresentar uma resposta rápida ao problema, desde projetos abertos para produção de ventiladores de baixíssimo custo, até projetos tradicionais disponibilizados por fabricantes na internet para que haja colaboração na fabricação emergencial. Inspirados por este movimento de resposta em combate ao COVID-19, a equipe de pesquisadores da SETUP avaliou mais de 10 projetos disponíveis e constatou dois aspectos críticos: a maioria se preocupou em desenvolver equipamentos de baixíssimo custo, resultando em produtos sem a robustez necessária para o uso contínuo ao longo dos 14 dias (tempo médio de ventilação mecânica no tratamento COVID19) e não atende aos requisitos mínimos de controle dos indicadores de desempenho das funções vitais que devem ser monitoradas num paciente em estado grave. Além disso, os projetos consolidados de respiradores em operação hoje utilizam um conceito de projeto antigo, circuitos dedicados e não tão simples para operar, exigindo um treinamento avançado de profissionais da saúde. O presente projeto consiste em melhorias construtivas e de usabilidade para 2 modelos de ventiladores portáteis: um modelo de baixo custo, que contenha o mínimo de funções para ser testado e calibrado de acordo com as normas ABNT IEC 60601 e demais normas aplicáveis, podendo ser utilizado em hospitais de campanha; um modelo de respirador completo com controle eletrônico avançado e interface simples a ser utilizado em Unidades de Terapia Intensiva. Também será desenvolvida uma estação automatizada de calibração e testes de ventiladores pulmonares.