Suplementos de Rápida Implementação

Estudo de coorte prospectiva para avaliação de aspectos clínicos, virológicos e de resposta do hospedeiro em pacientes com COVID-19

Processo: 2020/05110-2
Valor: R$ 85.113,80 mais Bolsa (R$ 14.740,00)
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador Responsável: Reinaldo Salomão
Área de Conhecimento: Clínica Médica

Resumo: Estamos iniciando as atividades de unidades (enfermarias e UTI) destinadas ao atendimento de pacientes com COVID-19 no Hospital São Paulo, portanto, com a oportunidade de acompanhar prospectivamente pacientes com doença moderada a moderada/grave. Esses pacientes estarão clinicamente entre os que serão dispensados para o domicílio (quadros leves) e aqueles que devem ser admitidos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) (quadro graves). Desta forma, o desfecho dos mesmos será a alta hospitalar ou deterioração clínica com necessidade de drogas vasoativas e suporte ventilatório, com internação em UTI e eventual óbito, ou seja, com melhora ou agravamento do paciente. Assim, teremos oportunidade única de monitorar a resposta do hospedeiro e descrever os processos ou vias alteradas na admissão e seguimento de pacientes com desfechos clínicos distintos.

O comprometimento pulmonar dos pacientes com COVID-19 e os dados disponíveis em séries de pacientes permitem afirmar que há envolvimento da imunidade inata e adquirida, com destacada linfopenia e elevados níveis de citocinas pro-inflamatórias (maior riqueza de dados para SARS-CoV e MERS-CoV).

Temos histórico de contribuições de projetos apoiados pela FAPESP (processos 2011/20189-5 e 2017/21052-0) avaliando a resposta do hospedeiro na sepse, o que inclui a investigação de imunofenotipagem de leucócitos, pesquisa de citocinas no plasma e intracelulares, além de outras funções celulares. Mais relevante para essa proposta, recentemente ampliamos nossas ferramentas de investigação incorporando transcriptômica e proteômica, o que tem nos permitido avaliar, de forma compreensiva, a resposta do hospedeiro no contexto da sepse.

Nossa hipótese é que nos pacientes com COVID-19 além das alterações de subpopulações linfocitárias, que vamos avaliar imunofenotipicamente, da presença de citocinas circulantes, que também avaliaremos, ocorra uma perturbação maior da regulação de transcrição e tradução gênica e que essa seja captada na análise do proteoma das células mononucleares. Tendo em vista que acompanharemos pacientes com potencial evolução de melhora ou de piora, podemos descrever processos relacionados a esses desfechos e, eventualmente, biomarcadores que nos auxiliem a antecipá-los.

OBJETIVOS

Objetivo Geral 

Tendo em vista que acompanharemos pacientes com potencial evolução de melhora ou de piora, podemos descrever processos ou padrões de resposta do hospedeiro relacionados a esses desfechos e, eventualmente, identificar biomarcadores que nos auxiliem a discriminar pacientes com menor ou maior potencial de gravidade.

Objetivos Específicos

1.    Clínico-epidemiológico. Descrever as alterações clínicas nos pacientes de moderada gravidade, caracterizando aspectos que possam estar relacionados com o desfecho dos mesmos.

2.    Monitoramento virológico. Fazer avaliação da presença do SARS-CoV-2 em secreção nasal e de orofaringe durante o seguimento dos pacientes.

3.    Avaliar a dinâmica das alterações nas populações de células do sangue periférico (linfócitos, monócitos e neutrófilos)

a.   Monitoramento da contagem de linfócitos T, TCD4, TCD8, B e NK
b.  Avaliar a expressão de marcadores de ativação celular (HLA-DR e CD38) em linfócitos TCD4+ e TCD8+

4. Determinar o nível plasmático de citocinas e quimiocinas envolvidas na patogênese da doença e representativas da atividade inflamatória e anti-inflamatória, assim como de subpopulações de linfócitos T.

5. Proteômica de células mononucleares do sangue periférico (PBMC).

a. Análises proteômicas qualitativa e quantitativa (Label-free quantification)
b. Enriquecimento funcional
c. Redes de interação proteína-proteína (PPIN), buscando por proteínas-chave e módulos

Estimamos a casuística em 100 pacientes, dos quais 20% devem ter deterioração clínica e 80% resolução clínica com o tratamento em enfermaria.