Modulação da ECA2 na hipertensão experimental e em resposta ao tratamento com iECA e BRA: potenciais implicações na gravidade e alvos terapêuticos da COVID-19
Processo: 2020/05338-3
Valor: R$ 76.486,50
Acordos de cooperação: COVID-19
Responsável: Adriana Castello Costa Girardi
Instituição sede: Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FM-USP
Área do conhecimento: Farmacologia
Resumo: Evidências clínicas indicam que pacientes hipertensos apresentam alta susceptibilidade à infecção e à gravidade da COVID-19, doençacausada pelo novo SARS coronavírus SARS-Cov-2. O SARS-Cov-2 requer a ativação da proteína S viral pela serinoprotease TMPRSS2 e subsequente ligação da proteína S ativa à enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2) para ganhar acesso às células pulmonares, cardíacas e renais, entre outras, nas quais a ECA2 é expressa. A ECA2, no entanto, é um componente enzimático crucial do sistema renina angiotensina (SRA). A ECA2 degrada a angiotensina II (Ang II), peptídeo com múltiplas ações que podem levar ao desenvolvimento de hipertensão arterial, e gera a angiotensina-1-7 (Ang-1-7), que antagoniza os efeitos da Ang II. Além disso, estudos experimentais e clínicos sugerem que o bloqueio do SRA por inibidores da ECA (iECA) e antagonistas do receptor de angiotensina II do tipo 1 (BRA) podem aumentar a abundância da ECA2. Em virtude do fato de pacientes com hipertensão arterial, entre outras doenças cardiovasculares, serem rotineiramente tratados com bloqueadores do SRA, uma série de preocupações clínicas surgiram com relação ao potencial aumento do risco destes pacientes serem infectados pelo SARS-Cov-2. Notavelmente, não existem estudos em modelos experimentais ou humanos que tenham examinado os efeitos dos iECA e BRA sobre a abundância proteica e atividade da ECA2 nos pulmões, possível via de infecção. Além disso, os efeitos dos iECA e BRA sobre a modulação da serino protease TMPRSS2 na hipertensão arterial são totalmente desconhecidos. Ademais, não há informações disponíveis na literatura que mostrem que a hipertensão per se ou sexo masculino, fatores que contribuem para o mau prognóstico de pacientes com COVID-19, modulam a TMPRSS2. O presente estudo foi concebido com a finalidade de fornecer evidências científicas sobre a modulação da ECA2 circulante e tecidual na hipertensão arterial experimental e em resposta aos iECA e BRA, além de examinar o potencial envolvimento de diferenças entre gêneros. A influência do bloqueio do SRA, da hipertensão arterial e do sexo na modulação a TMPRSS2 também será elucidada.