O papel da eferocitose no dano tecidual e hiperinflamação na infecção por SARS-CoV-2
Processo: 2020/05288-6
Valor: R$ 128.700,00 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,50)
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador Responsável: Larissa Dias da Cunha
Área de Conhecimento: Imunologia
Resumo: Controlar a multiplicação do patógeno e tolerar o impacto o dano causado durante o processo infeccioso, são fundamentais para garantir a sobrevivência do organismo. Os macrófagos constituem um componente determinante da imunidade inata frente a processos infecciosos, não somente por identificar e eliminar o patógeno invasor e ativar o sistema imune, mas também por atuar no controle da resposta inflamatória e reduzir a imunopatologia. Nesse contexto, macrófagos são responsáveis por eliminar células mortas (processo de eferocitose) e orquestrar os mecanismos de reparo tecidual. Pacientes infectados por SARS-CoV-2 que evoluem para a forma crítica de COVID-19 apresentam sintomas condizentes com o desenvolvimento uma síndrome hiperinflamatória que pode causar lesões fatais em diferentes órgãos. No entanto, frequentemente esses pacientes críticos possuem carga viral baixa, sugerindo que uma falha nos mecanismos de tolerância que culminam em imunopatologia exacerbada seja preponderante nos casos críticos de COVID-19. Os trabalhos recentes descrevendo os aspectos clínicos de COVID-19 apontam para a ocorrência de morte celular exacerbada durante a infecção: os pacientes apresentam uma leucopenia aguda, além de altos níveis de marcadores de morte celular inflamatória na corrente sanguínea. A hipótese em que essa proposta se baseia é que o excesso de morte celular durante a infecção por SARS-Cov-2 e uma possível falha na eliminação dessas células contribua para a hiperinflamação observada em pacientes com manifestação grave de COVID-19. Nesse sentido, propomos determinar o potencial de células fagocíticas de pacientes com COVID-19 em eliminar celular mortas, determinando a importância desse processo para a hiperinflamação e a sua associação com a gravidade da doença. Por fim, propomos investigar o potencial de um possível biomarcador associada à atividade fagocítica dos macrófagos para discriminar a resposta à terapia com fármacos imunosupressores e anti-inflamatórios em pacientes graves.