Suplementação com vitamina D em pacientes com COVID-19: ensaio clínico, randomizado, duplo-cego e controlado por placebo
Processo: 2020/05752-4
Valor: R$ 125.697,26 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,50)
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador Responsável: Rosa Maria Rodrigues Pereira
Área de Conhecimento: Clínica Médica
Resumo: A doença do coronavírus 2019 (COVID-19) foi declarada como um problema de saúde pública emergencial pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em março de 2020. Desde então, diversas iniciativas da comunidade médica e científica buscam alternativas de tratamento de indivíduos infectados, bem como identificar fatores de risco ou protetores para o contágio e prognóstico dos pacientes. Nessa perspectiva, a suplementação vitamina D pode melhorar alguns desfechos importantes em pacientes em estado crítico, sendo considerada um potente agente imunomodulador. A deficiência de vitamina D consiste em um desfecho comum em pacientes críticos, tornando-se assim um fator de risco modificável de grande potencial para a redução do tempo de internação e de terapia intensiva e de mortalidade. Ademais, diversos estudos confirmam o efeito benéfico da prática regular de atividade física no sistema imunológico, sendo esta apontada como fator de proteção para outros tipos de infecções virais, como rhinovirus, herpes e influenza. O presente projeto tem como objetivo primário verificar os possíveis efeitos da suplementação com vitamina D no desfechos clínicos associados à COVID-19. Ademais, temos como objetivo secundário verificar a relação entre o nível de atividade física habitual dos pacientes infectados e os desfechos clínicos. Trata-se de um estudo clínico, randomizado, controlado por placebo e duplo-cego. Pacientes internados no Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP) com diagnóstico de síndrome gripal com critérios de internação serão recrutados e ranodmizados para os grupo tratamento (tratamento convencional + suplementação vitamina D [100.000 UI na internação, seguida por mais 100.000 UI após 5 dias] ou controle (tratamento convencional + suplementação de placebo nos mesmos dias). Os pacientes serão avaliados quanto a: 1) características clínicas e demográficas (e.g., dados sociodemográficos, comorbidades, medicamentos de uso contínuo); 2) prognóstico (e.g., tempo de internação, número de casos que internaram em Unidades de Terapia Intensiva, tempo de uso de ventiladores, número e gravidade de sintomas); 3) coleta de sangue (e.g., PCR para diagnóstico do vírus e avaliação dos níveis séricos de 25-hidroxivitamina D (25OHD), parâmetros laboratoriais incluídos na diretriz institucional HC-FMUSP para o manejo de tratamento de pacientes com COVID19 (ex. PCR, D-dimero), cálcio e creatinina (os dois últimos, desfechos de segurança), na internação e no dia da alta; 4) nível de atividade física habitual (por meio de questionário). Os dados demográficos e as características clínicas dos pacientes no momento da admissão, bem como o prognóstico do paciente serão obtidos por meio de questionário específico obtido pelo prontuário eletrônico do HCFMUSP (Prontmed) ou contato direto com familiares e/ou pacientes. As amostras de sangue serão coletadas para análises laboratoriais no momento da admissão, e segundo protocolo de rotina hospitalar. Uma alíquota será armazenada para análise posterior de 25OHD e biorepositório, na internação da enfermaria (dia zero), dia 7, dia 14 e antes da alta/óbito. O nível de atividade física será avaliado apenas no momento da admissão. Este projeto tem o potencial de revelar, de maneira inédita, se a suplementação de vitamina D é segura e eficaz como tratamento adjuvante da COVID-19. Além disso, o estudo trará informações, pela primeira vez, sobre a influência do nível de atividade física sobre o prognóstico dessa doença. Os achados poderão informar novas medidas clínicas e de saúde pública no combate a COVID-19.